sexta-feira, 8 de março de 2013

LAPSO

LAPSO




Falha cometida, por inadvertência, na fala ou na escrita e que consiste em substituir uma palavra que se gostaria de dizer por outra.

Uma palavra aparece no lugar de outra ao longo de uma frase: o que talvez fosse considerado um simples erro, Freud demonstrou que poderia, na verdade, se tratar de algo intencional ligado à atividade inconsciente. A censura entra, assim, em curto-circuito, o que permite que os pensamentos rechaçados venham à tona. O ato aparentemente falho é de fato bem-sucedido se pensarmos no ponto de vista do desejo inconsciente.

Em Psicopatologia da vida cotidiana (1901) Freud cita um, lapso célebre. O presidente da Câmara dos Deputados do Parlamento austríaco abriu a sessão da seguinte forma"Senhores, constato a presença dos membros desta casa em quorum suficiente e, portanto, declaro encerrada a cessão".

Freud prossegue: "A explicação mais plausível nesse caso seria a seguinte: no seu interior, o presidente desejava já poder encerrar  a sessão, da qual não esperava nada de bom; mas esse pensamento colateral, como frequentemente ocorre, irrompeu, ao menos de maneira parcial, e o resultado foi 'encerrada' em vez de 'aberta' - ou seja, o contrário do que pretendia dizer".

Que façam rir ou sorrir, que constranjam, que ofendam ou que choquem, o fato é que os lapsos e os atos falhos dão o que pensar. Certamente eles não têm a mesma pompa do sonho, mas o que oferecem é o desnudamento da vida inconsciente.







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A psicologia em 50 verbetes - Tradução Debora Fleck - São Paulo - Ed. La Fonte - 2012.



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