quinta-feira, 14 de março de 2013

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA




Embora o homem desde sempre tenha se esforçado para sondar os mistérios de sua alma, foi apenas a partir do século XIX, sobre um terreno preparado pela evolução das ideias filosóficas e pelo progresso rápido da fisiologia, que a psicologia se constituiu como discurso e saber autônomos.

Origens e desenvolvimento da psicologia

A conversão da fisiologia ao método experimental e a construção de instrumentos de medida aperfeiçoados dão origem, na Alemanha, aos primeiros progressos em matéria de fisiologia das sensações e de fisiologia do sistema nervoso (descoberta das células do sistema nervoso), bem como ao estabelecimento dos primeiros modelos psicofísicos e psicofisiológicos. Em seguida, diversas correntes e teorias fecundas se desenvolveram

Correntes e teorias

Com o behaviorismo iniciado por Watson, a psicologia, rejeitando a introspecção, se afasta do estudo da consciência e se transforma em ciência do comportamento. A observação exterior do comportamento é suficiente para estabelecer leis que permitam prever as reações a determinadas variações ambientais. A observação objetiva se aplica às variáveis da situação (estímulo) e às variáveis comportamentais (reações, respostas). A psicologia se torna, claramente, a ciência do comportamento.

Nos anos 1920, praticamente todos os psicólogos americanos eram behavioristas, e eles exerceram uma influência considerável. No campo da aprendizagem, o behaviorismo se mostra bastante fecundo.

O gestaltismo

O gestaltismo, iniciado pelo psicólogo alemão Max Wertheimer (1880-1947), estuda a percepção e, especialmente, a organização das formas, os princípios de relatividade e de transposição, o isomorfismo das formas físicas e fisiológicas. No campo da psicologia social, Kurt Lewin (1890-1947) abre perspectivas importantes na dinâmica de grupos.

A psicologia clínica e a psicanálise

Pierre Janet (1859-1947) e Sigmund Freud estão na origem de uma prática psicológica chamada "psicologia clínica", baseada na entrevista e no exame aprofundado de caso por meio do contato individual.

A psicologia infantil e a epistemologia genética

Henri Wallon (1879-1962) e depois Jean Piaget (1896-1980), criador da epistemologia genética, se dedicam à psicologia infantil. Wallon é um dos principais nomes dessa área. Ele elabora uma teoria de desenvolvimento da criança em fases. Piaget mostra que o desenvolvimento da criança se realiza de maneira gradual e contínua, até a aquisição de um pensamento adulto, com uma conceituação cada vez mais abstrata. Os trabalhos de Piaget, por mais que hoje sejam polêmicos, exercem uma influência considerável.

Os campos da psicologia

É possível identificar diversos campos de aplicação da psicologia, mas os campos e os métodos nem sempre concordam entre si.


  • A psicologia animal e a etologia se interessam pelos comportamentos animais, naquilo que eles têm de específico (comportamentos rituais, comunicação etc)
  • A psicologia infantil e do desenvolvimento estudam a evolução da criança desde o nascimento.
  • A psicologia social leva em consideração as interações do indivíduo com o grupo social ao qual pertence e com a sociedade. Ela se interessa, por exemplo, pela formação dos julgamentos sociais de cada um, pela comunicação, pelo ambiente (estilo de vida, industrialização, urbanização, processos cognitivos desses dados).
  • A psicologia diferencial estuda as diferenças observadas na conduta de indivíduos e de grupos colocados em situações previamente listadas. Seus métodos se baseiam na utilização de testes e de questionamentos, assim como em estatísticas. O objetivo dos pesquisadores é delimitar a origem das diferenças individuais.
  • A psicologia clínica é uma especialidade que pões em ação métodos e conceitos exteriores à psicologia, como noções oriundas da psicanálise. Seu objetivo é estudar o indivíduo, doente ou saudável, naquilo que ele tem de específico, irredutível a qualquer outro indivíduo.
  • A psicologia se situa na interseção entre psicologia e fisiologia. Suas pesquisas vão, por exemplo, da simples busca de correlações entre comportamentos e indícios fisiológicos até a comprovação de laços de causalidade entre o funcionamento de uma estrutura nervosa e um comportamento.
  • A neuropsicologia visa estabelecer uma relação inteligível entre os processos psicológicos superiores e o funcionamento do cérebro. Ela se coloca, portanto, no limite da neurociência e se interessa pelos fenômenos de maturação e de senescência. Também tem como objetivo analisar os déficits comportamentais.

O sucesso da psicologia cognitiva

A ascensão da psicologia cognitiva por volta dos anos 1950 está ligada ao desenvolvimento da informática. Os progressos da neurologia, tanto no nível molar (o cérebro considerado em seu conjunto) quanto no nível celular (a transmissão da informação no nível dos neurônios), também foram determinantes. A mente como sistema de tratamento da informação é uma metáfora, mas igualmente um modelo de funcionamento. A psicologia cognitiva, que representa atualmente uma das correntes mais fecundas da psicologia, efetua trocas com outros campos, como a informática, a inteligência artificial, a linguística, a neurologia, a lógica e uma parte da filosofia. Juntas constituem as "ciências cognitivas".


______________________________________________
A psicologia em 50 verbetes - Tradução Debora Fleck - São Paulo - Ed. La Fonte - 2012.











Nenhum comentário:

Postar um comentário